CAINDO NA FENDA
acalento cada novo escrito que me nasce
como um filho renascido do pós-morte
alimento
cultivo
fomento
e de repente
por uma fenda na linha onde escrevo
consigo ver
o pátio da casa da infância
(a árvore ainda no jardim)
ouço nítida
a canção da brincadeira de roda na rua
(a voz materna chamando para dentro)
o cheiro de pão fresco no olho da mãe
..
de repente
por uma fenda na linha do tempo onde escrevo
consigo escre(ver) a Vida
(Curiosa)
..
*
porque a Escrevente, vez em quando, precisa sair da realidade.
e o que temos hoje de recursos para isso?
álcool, drogas infinitas ...?
pois! esses já não me fazem ver a fenda ...
escrever é o único vício que me tem feito cair na fenda ...
ultimamente, tenho enchido caderninhos de poemetos,
ao ponto de reescrever uma dezena de vezes
cada escrito para considerá-lo acabado ...
depois de cheio o caderno, tiro as folhas e as jogo ao vento ...
ou as largo nos banheiros do meu trabalho,
ou na sala de espera de um consultório médico,
a fim de que sejam lidas .... objetivo último de qualquer poema ...
e assim consigo sobreviver a mim ...
acalento cada novo escrito que me nasce
como um filho renascido do pós-morte
alimento
cultivo
fomento
e de repente
por uma fenda na linha onde escrevo
consigo ver
o pátio da casa da infância
(a árvore ainda no jardim)
ouço nítida
a canção da brincadeira de roda na rua
(a voz materna chamando para dentro)
o cheiro de pão fresco no olho da mãe
..
de repente
por uma fenda na linha do tempo onde escrevo
consigo escre(ver) a Vida
(Curiosa)
..
*
porque a Escrevente, vez em quando, precisa sair da realidade.
e o que temos hoje de recursos para isso?
álcool, drogas infinitas ...?
pois! esses já não me fazem ver a fenda ...
escrever é o único vício que me tem feito cair na fenda ...
ultimamente, tenho enchido caderninhos de poemetos,
ao ponto de reescrever uma dezena de vezes
cada escrito para considerá-lo acabado ...
depois de cheio o caderno, tiro as folhas e as jogo ao vento ...
ou as largo nos banheiros do meu trabalho,
ou na sala de espera de um consultório médico,
a fim de que sejam lidas .... objetivo último de qualquer poema ...
e assim consigo sobreviver a mim ...
8 comentários:
Curiosa, lindo Blog! E tu tens o dom da "visão"... tu consegues ver por entre a fresta que há entre os mundos. Ver o real por trás das aparências, do banal, do trivial. E que se manifesta em versos ricos, versos com som, sabores e cores. Aqui aportei... aqui voltarei. bjs, Moran
Amiga curiosa, amei o teu poema. Bela construção. É bonito ver a poetisa dando seu toque pessoal à ferramenta palavra. Continues cultivando este santo vício: "escrevendo".
Um grande abraço. Tenhas uma linda noite.
Me encanta Alicia y sus agujeros espejo
o que escrivinhas pulsa…
Versos a terça-feira
Não acorda não mulher.
Cansa acordar.
Cansa tanta coisa.
O sol está tão velho na janela.
Estica sua pele e deixe que as ilusões nos ajuntem.
Não ponha seu vestido, seremos sempre provisórios para as horas.
Seremos sempre fracos, errado e alguém sempre abrirá nossa porta.
Voltemos ao ritmo, ao tato, a ânsia tardia é nosso prelúdio.
Rodrigo Passos
Olá Curiosa, que tudo permaneça sempre bem contigo!
E que assim Deus sempre a conserve, com este vício de nos brindar com estas tuas belas curiosidades em forma de poemas, e assim sempre haverá curiosos por cá, assim feito eu, deveras curioso e agradecido por tuas curiosidades por cá postadas, ale da tua amizade e visitas!
E assim sempre encantado deixo meu agradecimento e meu desejo que você e todos ao teu redor tenham um tão feliz quanto intenso viver, abraços e até mais!
ººº
Gostei da poesia ...
Bom dia!
Às vezes há essa necessidade de sermos vistos, de sermos lidos...
Bjs!
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