26.7.12

porque a Escrevente não se sente merecedora de ser amada


GEMINIANA FUGINDO DO AMOR

você
que pensa me amar
você não me conhece
se ama
é uma outra, idealizada
cria sua - não eu

você sabe
de meu antagonismo?
de meu contraditório?
de minha má índole?

como na mitologia
de Castor e Pólux*
passo os dias entre
meu céu e meu inferno

meu lado bom
é medíocre
pequeno, insignificante
não sou melhor do que
o mais vil dos vis
que também chora pelos seus

mas meu lado mau
é profundo
incontrolável, assustador
e maior do que eu

de uma hora para outra
morro de mim
e faço coisas que
você não conseguiria
sequer
imaginar

você
já vi em seu olhar - por mim
a reprovação
a censura
a desilusão

ainda assim peço
não me julgue - odeie-me, apenas

odiar-me é caminho para me amar
aceite o ódio e me saberá
pois essa sou eu
- amor e ódio são os efeitos que provoco

depois do ódio
se ainda houver algo
será então - o amor
e somente então
poderei aceitá-lo

(Curiosa)




p.s.

de meu inferno - meu amor
eu já sabia
mas
impõe-me dizê-lo:
quando olho nos seus olhos
vislumbro um outro céu
- além da minha Poesia

..

...

Lo peor que le puede ocurrir a cualquiera es que se le comprenda por completo. (Carl Gustav Jung)


porque a Escrevente - vez em quando - transcende a si mesma



 



21.7.12

porque a Escrevente passa os dias angustiada

MENSAGEM PARA UM AMOR NÃO CORRESPONDIDO

minha defesa
meu amor
para não te amar
é te odiar

e eu estou te odiando
em todos os momentos de meu dia

penso em ti com raiva
pela tua nobreza
que ressalta minhas imperfeições

pelas tuas palavras
sempre plácidas
que acariciam meu verbo burlesco

eu te odeio por existires
e por compartilhares tua excelência
de forma tão amorosa

eu te odeio
por me fazeres ver
em mim
o que antes não podia ver

eu te odeio
meu amor
mas não te preocupes
- odiar é como amar
passa pelos mesmos caminhos internos

(Curiosa)
..




11.7.12

porque a Escrevente ama antes mesmo de amar

SAINDO DA MATRIX ou DES-ILUSÃO DE AMOR

ela se iludia
que sabia
o que dizia
o olhar
que ele lhe dirigia  
e inferia
que um amor
ali se constituía

que de um secreto desejo  
da vontade de um beijo
ele padecia

mas o amor
que ela achava que via
nos olhos do amor - que não existia
era reflexo de seus próprios olhos
marejados olhos de agonia
daquele amor - que ela sabia
não vingaria

(Curiosa)
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