14.12.12
8.10.12
porque a Escrevente se perdeu de si mesma
FELICIDADE ou ILUSÃO
a vida é bela
a vida é bela
o sofrimento congela
as borboletas voam
viva o ansiolítico !
a vida é bela
a ilusão é amarela
a ilusão é amarela
as borboletas voam
viva a fluoxetina !
a vida é bela
a vida é bela
o amor me engabela
as borboletas voam
viva a psiquiatria !
(Curiosa)
...
(Curiosa)
...
5.10.12
porque a Escrevente só se encontra no verso
AUTOPENITÊNCIA
eu não vou escrever
senão poesia
poesia
que de mim
me anistia
que minha
alma acaricia
que minha
pele arrepia
poesia
que me
salva o dia
eu não vou escrever
senão poesia
poesia
poesia
(Curiosa)
eu não vou escrever
senão poesia
poesia
que de mim
me anistia
que minha
alma acaricia
que minha
pele arrepia
poesia
que me
salva o dia
eu não vou escrever
senão poesia
poesia
poesia
(Curiosa)
4.10.12
porque a Escrevente delira e se sente melhor
o que nomeio não me comporta
o que me descreve são meus olhos
o resto é ficção de mim
o resto é ficção de mim
13.9.12
porque a Escrevente tem medo de se relacionar
ELE ME QUER
e estrelas alvas caem
em orquestra de luzes
perfumadas
relógios cessam
sem memória
de mim
e estrelas alvas caem
em orquestra de luzes
perfumadas
relógios cessam
sem memória
de mim
existo apenas
na possibilidade
do enlace
(Curiosa)
na possibilidade
do enlace
(Curiosa)
...
16.8.12
porque a Escrevente ficou sem título
SE ELE ME QUISESSE
o cavaleiro altivo
de armadura reluzente
cujos olhos me perseguem
que esplendor seria
eu - princesa resgatada
decifrada nos seus olhos
toda sua
e o seu todo no meu eu
e o nosso gozo
com o aroma das tardes voluptuosas
quando o sexo é feito devagar e molhado
ah! se ele me quisesse
mas
para me querer
é preciso coragem
coragem
para enfrentar
a minha vastidão
e a minha multitude
para aceitar
a minha contradição
e a minha inquietude
você tem
bravura suficiente
cavaleiro altivo
de armadura reluzente
cujos olhos me perseguem?
(Curiosa)
..
o cavaleiro altivo
de armadura reluzente
cujos olhos me perseguem
que esplendor seria
eu - princesa resgatada
decifrada nos seus olhos
toda sua
e o seu todo no meu eu
e o nosso gozo
com o aroma das tardes voluptuosas
quando o sexo é feito devagar e molhado
ah! se ele me quisesse
mas
para me querer
é preciso coragem
coragem
para enfrentar
a minha vastidão
e a minha multitude
para aceitar
a minha contradição
e a minha inquietude
você tem
bravura suficiente
cavaleiro altivo
de armadura reluzente
cujos olhos me perseguem?
(Curiosa)
..
13.8.12
porque a Escrevente é decifrada - e só pensa em sexo
INTIMIDADES DA CURIOSA
Curiosa é uma Mulher
intrigantemente
escaldante, escaldada
caudalosa
enigmática, misteriosa
Esfinge de areia e palavras
um retrato Sem Moldura
Não se enquadra
em Nenhum Conceito
pragmático, estático ou paralítico
De Estética Apurada
Concreta/Abstrata
Logo na entrada
diz na cara
que é Muitas
é Várias
ou Nenhuma
Simplesmente,
Indistinta, Plural
Sexo Verbal não faz Seu Estilo!
Hoje ela está
Amanhã pode não estar Mais
Daqui a uma hora, talvez...
Ontem, jamais!
Ela é tão curiosa
que cruza as pernas
em frente ao Corpo Nu
Enquanto Desnuda a Alma
Em prosa e Versos
Indiscretos, Inquietos
Dilacerantes
Ironia profunda
Chego a Sentir o cheiro de seu hálito
e de Seu Sexo Maduro
Uma Menina não poderia Escrever como Ela Escreve
Embora, na imensa maioria das vezes
também consiga Sentir A Menina
que Ela também É
quando deseja Amar e Ser Mulher
A Menina quer colo
aconchego, cafuné
A Mulher quer Conhecimento
Sabedoria, Orgasmo
Nunca perder a Fé
A Curiosa é um delírio
puro encantamento
O Sarcasmo, muitas vezes, a alimenta
Outras tantas, a Sensibilidade a Enfeitiça
Denuncia ...
Provoca-nos indagações, inquietações
Extasia ...
Curiosa sabe reconhecer quando exagera
derrapa
E, com isso, Enlaça
Mais uma Amiga
que hoje A Abraça
em suas letras e versos
Menina Curiosa
que coloca a Mão na Cumbuca
Não tem Medo de Ser o que Ela É
só te peço
descruze essas pernas
deixe-nos ver o teu corpo
que está Além de tua alma
Curiosamente
A Nudez do Corpo a Retrai
A Nudez da Alma a Deflora
E, mesmo assim
Ela se Entrega Sem Culpa
Nem falsos pudores
E Goza
Sem Alarde
Gritos, Rumores...
Sua Intimidade Indevassável
Não é para ser desfrutada
ou violada
Tão Somente Degustada
pelos privilegiados que A Seguem.
(Lou Albegaria)
..
este lindo poema, que muito me honra com suas palavras,
é de autoria da Loba ... grande poeta ... polêmica ... como eu ...
uma mulher que admiro ...
originalmente publicado no blog da Lou - em junho de 2010 ...
..
um detalhe: gosto de sexo verbal ...
sem sexo verbal não faço sexo 'real' ...
ou a conversa antes do sexo é boa, ou não me sentirei atraída ...
e ... ou a transa ocorre com palavras, com fala, com troca verbal,
ou não haverá uma segunda vez ... os que 'transam quietos' não têm vez comigo ...
nesses momentos, preciso ouvir - tanto quanto sentir ...
mas isso é detalhe ...
eu amei, Loba ...
abraço! e agradecida demais ...
Curiosa é uma Mulher
intrigantemente
escaldante, escaldada
caudalosa
enigmática, misteriosa
Esfinge de areia e palavras
um retrato Sem Moldura
Não se enquadra
em Nenhum Conceito
pragmático, estático ou paralítico
De Estética Apurada
Concreta/Abstrata
Logo na entrada
diz na cara
que é Muitas
é Várias
ou Nenhuma
Simplesmente,
Indistinta, Plural
Sexo Verbal não faz Seu Estilo!
Hoje ela está
Amanhã pode não estar Mais
Daqui a uma hora, talvez...
Ontem, jamais!
Ela é tão curiosa
que cruza as pernas
em frente ao Corpo Nu
Enquanto Desnuda a Alma
Em prosa e Versos
Indiscretos, Inquietos
Dilacerantes
Ironia profunda
Chego a Sentir o cheiro de seu hálito
e de Seu Sexo Maduro
Uma Menina não poderia Escrever como Ela Escreve
Embora, na imensa maioria das vezes
também consiga Sentir A Menina
que Ela também É
quando deseja Amar e Ser Mulher
A Menina quer colo
aconchego, cafuné
A Mulher quer Conhecimento
Sabedoria, Orgasmo
Nunca perder a Fé
A Curiosa é um delírio
puro encantamento
O Sarcasmo, muitas vezes, a alimenta
Outras tantas, a Sensibilidade a Enfeitiça
Denuncia ...
Provoca-nos indagações, inquietações
Extasia ...
Curiosa sabe reconhecer quando exagera
derrapa
E, com isso, Enlaça
Mais uma Amiga
que hoje A Abraça
em suas letras e versos
Menina Curiosa
que coloca a Mão na Cumbuca
Não tem Medo de Ser o que Ela É
só te peço
descruze essas pernas
deixe-nos ver o teu corpo
que está Além de tua alma
Curiosamente
A Nudez do Corpo a Retrai
A Nudez da Alma a Deflora
E, mesmo assim
Ela se Entrega Sem Culpa
Nem falsos pudores
E Goza
Sem Alarde
Gritos, Rumores...
Sua Intimidade Indevassável
Não é para ser desfrutada
ou violada
Tão Somente Degustada
pelos privilegiados que A Seguem.
(Lou Albegaria)
..
este lindo poema, que muito me honra com suas palavras,
é de autoria da Loba ... grande poeta ... polêmica ... como eu ...
uma mulher que admiro ...
originalmente publicado no blog da Lou - em junho de 2010 ...
..
um detalhe: gosto de sexo verbal ...
sem sexo verbal não faço sexo 'real' ...
ou a conversa antes do sexo é boa, ou não me sentirei atraída ...
e ... ou a transa ocorre com palavras, com fala, com troca verbal,
ou não haverá uma segunda vez ... os que 'transam quietos' não têm vez comigo ...
nesses momentos, preciso ouvir - tanto quanto sentir ...
mas isso é detalhe ...
eu amei, Loba ...
abraço! e agradecida demais ...
8.8.12
porque a Escrevente - vez em quando - perde as palavras
TENTATIVA DE SUICÍDIO
entrou na banheira
e cortou sua razão
- rente à pele
(Curiosa)
entrou na banheira
e cortou sua razão
- rente à pele
(Curiosa)
26.7.12
porque a Escrevente não se sente merecedora de ser amada
GEMINIANA FUGINDO DO AMOR
você
que pensa me amar
você não me conhece
se ama
é uma outra, idealizada
cria sua - não eu
você sabe
de meu antagonismo?
de meu contraditório?
de minha má índole?
como na mitologia
de Castor e Pólux*
passo os dias entre
meu céu e meu inferno
meu lado bom
é medíocre
pequeno, insignificante
não sou melhor do que
o mais vil dos vis
que também chora pelos seus
mas meu lado mau
é profundo
incontrolável, assustador
e maior do que eu
de uma hora para outra
morro de mim
e faço coisas que
você não conseguiria
sequer
imaginar
você
já vi em seu olhar - por mim
a reprovação
a censura
a desilusão
ainda assim peço
não me julgue - odeie-me, apenas
odiar-me é caminho para me amar
aceite o ódio e me saberá
pois essa sou eu
- amor e ódio são os efeitos que provoco
de Castor e Pólux*
passo os dias entre
meu céu e meu inferno
meu lado bom
é medíocre
pequeno, insignificante
não sou melhor do que
o mais vil dos vis
que também chora pelos seus
mas meu lado mau
é profundo
incontrolável, assustador
e maior do que eu
de uma hora para outra
morro de mim
e faço coisas que
você não conseguiria
sequer
imaginar
você
já vi em seu olhar - por mim
a reprovação
a censura
a desilusão
ainda assim peço
não me julgue - odeie-me, apenas
odiar-me é caminho para me amar
aceite o ódio e me saberá
pois essa sou eu
- amor e ódio são os efeitos que provoco
depois do ódio
se ainda houver algo
será então - o amor
e somente então
poderei aceitá-lo
(Curiosa)
p.s.
de meu inferno - meu amor
eu já sabia
mas
impõe-me dizê-lo:
quando olho nos seus olhos
vislumbro um outro céu
- além da minha Poesia
..
se ainda houver algo
será então - o amor
e somente então
poderei aceitá-lo
(Curiosa)
p.s.
de meu inferno - meu amor
eu já sabia
mas
impõe-me dizê-lo:
quando olho nos seus olhos
vislumbro um outro céu
- além da minha Poesia
..
...
![]() |
Lo peor que le puede ocurrir a cualquiera es que se le comprenda por completo. (Carl Gustav Jung) |
21.7.12
porque a Escrevente passa os dias angustiada
MENSAGEM PARA UM AMOR NÃO CORRESPONDIDO
minha defesa
meu amor
para não te amar
é te odiar
e eu estou te odiando
em todos os momentos de meu dia
penso em ti com raiva
pela tua nobreza
que ressalta minhas imperfeições
pelas tuas palavras
sempre plácidas
que acariciam meu verbo burlesco
eu te odeio por existires
e por compartilhares tua excelência
de forma tão amorosa
eu te odeio
por me fazeres ver
em mim
o que antes não podia ver
eu te odeio
meu amor
mas não te preocupes
- odiar é como amar
passa pelos mesmos caminhos internos
(Curiosa)
..
minha defesa
meu amor
para não te amar
é te odiar
e eu estou te odiando
em todos os momentos de meu dia
penso em ti com raiva
pela tua nobreza
que ressalta minhas imperfeições
pelas tuas palavras
sempre plácidas
que acariciam meu verbo burlesco
eu te odeio por existires
e por compartilhares tua excelência
de forma tão amorosa
eu te odeio
por me fazeres ver
em mim
o que antes não podia ver
eu te odeio
meu amor
mas não te preocupes
- odiar é como amar
passa pelos mesmos caminhos internos
(Curiosa)
..
11.7.12
porque a Escrevente ama antes mesmo de amar
SAINDO DA MATRIX ou DES-ILUSÃO DE AMOR
ela se iludia
que sabia
o que dizia
o olhar
que ele lhe dirigia
e inferia
que um amor
ali se constituía
que de um secreto desejo
da vontade de um beijo
ele padecia
mas o amor
que ela achava que via
nos olhos do amor - que não existia
era reflexo de seus próprios olhos
marejados olhos de agonia
daquele amor - que ela sabia
não vingaria
(Curiosa)
ela se iludia
que sabia
o que dizia
o olhar
que ele lhe dirigia
e inferia
que um amor
ali se constituía
que de um secreto desejo
da vontade de um beijo
ele padecia
mas o amor
que ela achava que via
nos olhos do amor - que não existia
era reflexo de seus próprios olhos
marejados olhos de agonia
daquele amor - que ela sabia
não vingaria
(Curiosa)
22.6.12
porque a Escrevente volta a sentir tesão
TESÃO
quando teus olhos lambem os meus
no átimo de um encontro furtivo
sou atingida diretamente
nas ancas
nasce-me
um pé-de-vento no umbigo
os pensamentos ficam difusos
as faces, rubras
as pernas vacilam
e quando
finalmente
desvio o olhar
volto a respirar
(Curiosa)
..
quando teus olhos lambem os meus
no átimo de um encontro furtivo
sou atingida diretamente
nas ancas
nasce-me
um pé-de-vento no umbigo
os pensamentos ficam difusos
as faces, rubras
as pernas vacilam
e quando
finalmente
desvio o olhar
volto a respirar
(Curiosa)
..
15.6.12
porque a Escrevente está aniversariando
ANIVERSARIANDO
frente a frente
com o Tempo
a mulher
volta à infância
e percebe que
da meninazinha
frente a frente
com o Tempo
a mulher
volta à infância
e percebe que
da meninazinha
com vestido de chita
de olhos assustados
- e brilhantes -
que apagava as velas
restou apenas
a meninazinha
de olhos assustados
(Curiosa)
.........
p.s. esquecei, novamente, como se usam os benditos porquês ...
acho que todos os meus títulos com porquês estão redigido de forma errada ...
humhum ... que que eu faço agora com as minhas quase 400 postagens com título errado?
1.6.12
porque a sexualidade está além do gênero
ANDROGINIA
do meu homem
(Curiosa)
do meu homem
eu quero
todo o feminino
todo o feminino
a doçura forte
e o olhar felino
e o olhar felino
ânimus-ânima
ultra-uterino
ultra-uterino
em novo arquétipo
que eu germino
(Curiosa)
24.5.12
porque muitas vezes - a Escrevente não se gosta
QUANDO EU NÃO SOU EU
projeta-se
minha Sombra
escondo-a de um lado
escapa-me por outro
escancarada no ato
em vida paralela
deslustrada
imagem do Eu
revela
eventos reversos
em sincronicidade
necessária
(Curiosa)
12.5.12
porque ser Mãe é o ápice do Feminino
MULHER-MÃE
sangra
todo os meses
em ablução ventral
em benfazejo ritual
batizando novamente
a Existência
chora
todos os dias
em comunhão universal
por uma dor fraternal
lavando as chagas
da Existência
ri
todas as horas
em percepção transversal
do feminino-maternal
dando sentido
à Existência
(Curiosa)
sangra
todo os meses
em ablução ventral
em benfazejo ritual
batizando novamente
a Existência
chora
todos os dias
em comunhão universal
por uma dor fraternal
lavando as chagas
da Existência
ri
todas as horas
em percepção transversal
do feminino-maternal
dando sentido
à Existência
(Curiosa)
20.4.12
porque para a Escrevente, o sexo É o poema
VOCÊ DENTRO DE MIM
tropel de cavalos no peito
você dentro
de mim
ventania nos ouvidos
você dentro
de mim
cintilâncias no olhar
você dentro
de mim
e eu
flor desabrochada
para dentro
em carmesim
por seu pênis
sem-fim
- eu, fora de mim
emergindo novamente do barro
angústia fetal na busca da luz
mulher-fogo apagando incêndio
chuva fresca na face
- nós dois gozando, enfim
(Curiosa)
..
tropel de cavalos no peito
você dentro
de mim
ventania nos ouvidos
você dentro
de mim
cintilâncias no olhar
você dentro
de mim
e eu
flor desabrochada
para dentro
em carmesim
por seu pênis
sem-fim
- eu, fora de mim
emergindo novamente do barro
angústia fetal na busca da luz
mulher-fogo apagando incêndio
chuva fresca na face
- nós dois gozando, enfim
(Curiosa)
..
21.3.12
pequeno escrito feito depois de desfalecer em nosso gozo
NOSSO SEXO
em mosaico milagroso
tua boca
é fonte de vida e morte
onde sorvo meu sumo
e segrego meus venenos
teu pênis
é fogo sagrado
que aquece minha alma
tuas mãos
são feras famintas
que me rasgam a pele
e me recompõem são feras famintas
que me rasgam a pele
em mosaico milagroso
tua boca
é fonte de vida e morte
onde sorvo meu sumo
e segrego meus venenos
teu pênis
é fogo sagrado
e me absolve os pecados
(Curiosa)
(Curiosa)
..
8.3.12
porque hoje é dia da Mulher
Selvagem
como o casulo rompido
revela-se Mito
onde não havia nada
no princípio, era a Mulher
(Curiosa)
7.3.12
porque toda palavra deve ser vista pelo seu outro lado
PERDOANDO-SE
a heroína
decide tomar as rédeas de seu destino
e com uma caneta em mãos
cursa os rumos de sua nova história:
que toda imperfeição seja perdoada
reparada esquecida apagada
que toda palavra seja vista também pelo seu outro lado
que cada atitude seja considerada no seu todo
que toda máscara seja usada por escolha
que a heroína
se aperceba de sua grandeza
(Curiosa)
a heroína
decide tomar as rédeas de seu destino
e com uma caneta em mãos
cursa os rumos de sua nova história:
que toda imperfeição seja perdoada
reparada esquecida apagada
que toda palavra seja vista também pelo seu outro lado
que cada atitude seja considerada no seu todo
que toda máscara seja usada por escolha
que a heroína
se aperceba de sua grandeza
(Curiosa)
25.2.12
porque a Escrevente filosofa para amar - e vice-versa
DIALÉTICA DO AMOR
tempo e espaço
fluem
simultaneamente
ligados entre si
permitindo-nos
transitar
pelo passado e pelo futuro
estando no presente
quando penso naquilo que passou
eu o experiencío uma vez mais
então
a cada vez que me chega
a mais breve lembrança sua
fecho os olhos
paro o momento
e estamos juntos
(Curiosa)
tempo e espaço
fluem
simultaneamente
ligados entre si
permitindo-nos
transitar
pelo passado e pelo futuro
estando no presente
quando penso naquilo que passou
eu o experiencío uma vez mais
então
a cada vez que me chega
a mais breve lembrança sua
fecho os olhos
paro o momento
e estamos juntos
(Curiosa)
16.2.12
a Escrevente escreve um Epicédio*
AUTOEPICÉDIO
a vida lhe doeu por dentro
não deixando espaço para sentimentos mais nobres
egocêntrica
escreveu somente sobre si
seus amores
seus ódios
suas pequenezes
suas incertezas
foi indiferente
às dores alheias
ainda que falasse delas
quando sentia as suas
mas sentia
apenas as suas
como cada um de nós
pois os outros
são apenas
os outros
os outros
os outros
ela
é apenas
quem morreu hoje
e morreu doendo de Vida
(Curiosa)
..
*
Epicédio
s.m. Discurso ou poema recitado em memória de pessoa notável.
P. ext. Qualquer composição poética fúnebre.
(retirado do dicionário online de português)
a vida lhe doeu por dentro
não deixando espaço para sentimentos mais nobres
egocêntrica
escreveu somente sobre si
seus amores
seus ódios
suas pequenezes
suas incertezas
foi indiferente
às dores alheias
ainda que falasse delas
quando sentia as suas
mas sentia
apenas as suas
como cada um de nós
pois os outros
são apenas
os outros
os outros
os outros
ela
é apenas
quem morreu hoje
e morreu doendo de Vida
(Curiosa)
..
*
Epicédio
s.m. Discurso ou poema recitado em memória de pessoa notável.
P. ext. Qualquer composição poética fúnebre.
(retirado do dicionário online de português)
2.2.12
porque a Escrevente se vê frente a uma nova paixão e tem medo
QUANDO NOS APAIXONAMOS ou
FRENTE AO TORTURADOR
o nó na garganta
o frio na barriga
a incerteza na voz
a frouxidão das pernas
o fugidio do olhar
o desvario das palavras
ah!
as infindáveis conversas
- dois monólogos de eus idealizados ...
passar por uma paixão é como enfrentar a mais cruel sessão de tortura:
se não morrermos
desmanchando-nos frente ao carrasco
sublimaremos um dia
FRENTE AO TORTURADOR
o nó na garganta
o frio na barriga
a incerteza na voz
a frouxidão das pernas
o fugidio do olhar
o desvario das palavras
ah!
as infindáveis conversas
- dois monólogos de eus idealizados ...
passar por uma paixão é como enfrentar a mais cruel sessão de tortura:
se não morrermos
desmanchando-nos frente ao carrasco
sublimaremos um dia
21.1.12
15.1.12
porque a Escrevente se envergonha de alguns de seus atos
ISSO NÃO É UM POEMA ou CONFISSÃO
quando meus eus
mais sombrios
tomam a frente
revelo para o mundo
o que nem eu sabia
o medonho de mim
o ato
escorregadio
ladino
sem ética
racionalidade
ou moral
eu não sou um ser humano bonito
já fui
aos sete
eu era inocente
confiante
feliz
idônea
fraterna
mas desde a
vez primeira em que me assassinei(*)
perdi um jeito de sentir que eu tinha
e depois
das outras vezes em que me matei
foi-se qualquer nobreza que havia
e hoje
dos meus eus
eu sou a mais ignóbil
a que não tem mais nada
morresse agora
não me restaria nem mesmo a vela na mão
carinho que somente defunto amado tem
não me arde nenhuma chama
de empatia pelo que me tornei
e quando
uma de mim se adianta
com bandeira de autocompaixão
quando meus eus
mais sombrios
tomam a frente
revelo para o mundo
o que nem eu sabia
o medonho de mim
o ato
escorregadio
ladino
sem ética
racionalidade
ou moral
eu não sou um ser humano bonito
já fui
aos sete
eu era inocente
confiante
feliz
idônea
fraterna
mas desde a
vez primeira em que me assassinei(*)
perdi um jeito de sentir que eu tinha
e depois
das outras vezes em que me matei
foi-se qualquer nobreza que havia
e hoje
dos meus eus
eu sou a mais ignóbil
a que não tem mais nada
morresse agora
não me restaria nem mesmo a vela na mão
carinho que somente defunto amado tem
não me arde nenhuma chama
de empatia pelo que me tornei
e quando
uma de mim se adianta
com bandeira de autocompaixão
cuspo-lhe a cara
umas mim não merecem piedade
(Curiosa)
..
(*)
menção ao poema
da vez primeira que me assassinaram
umas mim não merecem piedade
(Curiosa)
..
(*)
menção ao poema
da vez primeira que me assassinaram
de Mário Quintana
Da vez primeira em que me assassinaram,
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha.
Depois, a cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha.
Hoje, dos meu cadáveres eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada.
Arde um toco de Vela amarelada,
Como único bem que me ficou.
Vinde! Corvos, chacais, ladrões de estrada!
Pois dessa mão avaramente adunca
Não haverão de arracar a luz sagrada!
Aves da noite! Asas do horror! Voejai!
Que a luz trêmula e triste como um ai,
A luz de um morto não se apaga nunca!
..
a Escrevente teve um problema com ela mesma ...
está off ...
Da vez primeira em que me assassinaram,
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha.
Depois, a cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha.
Hoje, dos meu cadáveres eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada.
Arde um toco de Vela amarelada,
Como único bem que me ficou.
Vinde! Corvos, chacais, ladrões de estrada!
Pois dessa mão avaramente adunca
Não haverão de arracar a luz sagrada!
Aves da noite! Asas do horror! Voejai!
Que a luz trêmula e triste como um ai,
A luz de um morto não se apaga nunca!
..
a Escrevente teve um problema com ela mesma ...
está off ...
1.1.12
porque a Escrevente encontrou um velho cartão do ex-atual-sempre-amor
ESCREVIVÊNCIA
por vezes
as palavras que alcanço
me estranham
não me dizem mais
me afastam
de mim
do outro
então
quando a Palavra não me diz
por vezes
as palavras que alcanço
me estranham
não me dizem mais
me afastam
de mim
do outro
então
quando a Palavra não me diz
invento Palavra que me diga
e no milagre da escrevivência
sai-me Nova Palavra das entranhas
gritando por sua existência
sai-me Nova Palavra das entranhas
gritando por sua existência
a Palavra
recém-parida
virgem de pronúncia
oca de significado
preenche-se de mim
e eu volto a existir
inflorescida
(Curiosa)
..
oca de significado
preenche-se de mim
e eu volto a existir
inflorescida
(Curiosa)
..
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