25.9.11

quando a Escrevente quer fazer sexo, escreve limeriques


LIMERIQUE DE UMA POETA NO CIO

estava a poeta espoleta
(se lhe ardia uma verseta!)

mas doesse o físico
ou o metafísico
ela sentia é na boceta

(Curiosa)

....

Limerick - ou Limerique - é um pequeno e curioso poema,
que se usa de humor, ironia, graça ou absurdo em sua construção,
falando impudicamente das partes pudentas,
como bem o disse Luiz Roberto Guedes, aqui.

todo limerique é erótico ... é ainda chulo, reles, grosseiro ... mas acima de tudo, divertido e verdadeiro ...  eu gosto de fazê-los ... eu me diverto ...

o limerique possui cinco versos. os versos 1-2-5 possuem oito sílabas poéticas, que rimam entre si, e os versos 2 e 4, com cinco sílabas poéticas rimando entre si.

10.9.11

porque cada dia é uma conquista desta Escrevente


FRENTE AO INSTANTE DA DOR
ou (IN)SANIDADE

a Poeta
atarantada
de um lado para o outro
repete o que recém pensou
e de novo pensa de novo

e de novo
e de novo

a Vida lhe arrancou as vontades

a Poeta encarcerada
a Poeta dilacerada
a Poeta monocromática
em monopensamento possuída
murmura sua ladainha infinita:

- euvousobreviver euvousobreviver

(enquanto a Vida ri, olhando-a de viés)

(Curiosa)


7.9.11

porque a Escrevente reflete sobre a Poesia e a Morte

poesia não é uma inspiração momentânea sagrada, cuja escrita nunca deva ser alterada. não. já sabemos que os poetas mais famosos se deixaram ficar tempos e tempos buscando a palavra certa para o verso, para a rima; a palavra (que o poeta sabe existir) com a síntese completa do significado mais amplo para caber no verso. essa busca não se dá por vaidade ou algo do gênero, mas porque a poesia nada mais é do que a reflexão do poeta. e por vezes ele não chega onde gostaria, ou demora a chegar.

a poesia é uma inspiração nebulosa, que surge aos rompantes no pensamento. sabe-se que para pensar não usamos palavras e frases inteiras, mas fragmentos de ideias que bastam para nossa própria compreensão interna do momento. somente criamos frases quando falamos ou escrevemos, ou no uso de uma linguagem qualquer, para nos comunicarmos com outros. 

difícil definir uma inspiração. é uma vaga ideia a respeito de algo. eu (porque sempre falo a partir de mim) escrevo para ordenar os pensamentos. por vezes, pego uma dessas inspirações (as mais latentes) e tento colocá-la no papel. a temática fica na minha cabeça, sei o que sinto e o que gostaria de passar para a escrita em relação a ela, mas não visualizo o poema em palavras, ainda ... somente a ideia central. colocada esta ideia central na escrita, o restante das palavras vêm no exercício de reflexão acerca do tema. 

mas o importante a se dizer do poema, é o quanto ele me ajuda a pensar e resolver assuntos internos. e  imagino que assim seja para todo e qualquer poeta. quando digo:

TENTATIVA DE SUICÍDIO

entrou na banheira e
cortou sua razão
- rente à pele

minha ideia inicial foi, em um momento de extrema tristeza, escrever sobre suicídio (o que por si só já seria terapêutico) ...  partindo de uma temática negativa e pessimista, no decorrer da construção do poema, acabei elaborando que me suicidar era o mais irracional que poderia pensar ... e esta ideia foi a que prevaleceu na escrita de meu poema ... acho, inclusive, que saiu um poema positivo.

é isso que a poesia faz comigo, ajuda-me a elaborar (positivamente) minhas questões mais profundas. a prosa nem sempre me dá as devidas condições ou o tempo necessário para internalizar uma temática, como na poesia, que quando vinga, culmina na elaboração de uma nova síntese acerca do assunto.

o poema existe além e aquém da escrita; portanto, o poema nem sempre irá gerar algo escrito ...

entretanto, mesmo quando jogamos a ideia central de um poema no papel, pensamos a respeito, mas não conseguimos levar a escrita adiante, a reflexão estará feita. logo, o objetivo estará alcançado. a poesia ganhou. a poeta ganhou. por outro lado, assim que é escrito, o poema não tem mais nenhuma relação com seu criador. para ele existir terá que ser lido e refletido por outros, que o verão como poema, ou não. (mas essa questão daria um outro artigo, deixemos para outro dia)

enfim, poesia é síntese, antes de tudo.


4.9.11

porque a Escrevente vivencia seu pior período de vida


GÊNESE I

da desolação materna
verteu um universo

(Curiosa)

..



GÊNESE

do choro feminino
nasceu a Água

(Curiosa)

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